A nova GASGAS ECC 2024 - Full gas com o SRAM Eagle Powertrain?

Quando se ouve falar em GASGAS, a primeira coisa que nos vem à cabeça são motas de motocross a voar pelo ar ou a abrir caminho por florestas densas e lamacentas e desertos inabitáveis. Mas a marca espanhola não é apenas uma marca de gasolina, e provou-o em 2021 com a introdução da sua primeira eMTB. A GASGAS tem agora várias ebikes na sua gama: desde ebikes de cross-country e trekking, a eMTBs focadas na gravidade, até à bizarra série MOTO, têm algo para todos. Para 2024, a equipa apresenta a sua nova eMTB ECC, que foi desenvolvida de raiz e concebida para enfrentar os trilhos mais difíceis. Não há como negar a ambição de corrida da nova ebike, tendo em conta o facto de ter sido desenvolvida em colaboração com a GASGAS SRAM Racing Team, que já deu à bicicleta uma grande tareia na UCI E-Enduro World Cup. O GASGAS ECC rola em rodas de 29 ″ e oferece 170 mm de curso na frente e 160 mm na traseira. Para a unidade de acionamento, a GASGAS conta com o novíssimo SRAM Eagle Powertrain com mudanças automáticas através do sistema de transmissão SRAM Transmission.

Motocross genes - O novo GASGAS ECC em pormenor

Não há como confundir o ECC com outra coisa que não seja uma GASGAS. Isto deve-se principalmente à marca arrojada: podia ler-se as letras brancas no quadro vermelho caraterístico a uma milha de distância. Para além da marca, a nova ECC tem pouco em comum com as anteriores eMTBs da GASGAS. O quadro de carbono apresenta uma linguagem de design moderna e as tampas de plástico no quadro mostram a herança de motocross da marca, conferindo à eMTB um aspeto imponente. Uma tampa está montada no tubo superior, enquanto a outra está montada na parte inferior do tubo inferior, onde funciona como tampa da bateria. Para além de darem um aspeto extravagante, as coberturas devem também proteger o quadro e são fixadas com pinos. Para proteger o motor, os criadores inspiraram-se ainda mais na sua linha de motocross, colocando uma placa de proteção metálica por baixo do motor SRAM ebike. Os cabos entram no quadro através do tubo da cabeça e só voltam a aparecer onde são necessários. A GASGAS optou por não utilizar um suporte para ferramentas, embora este não seja apenas útil para as corridas da Taça do Mundo de E-Enduro da UCI, mas também para os trilhos de casa.

O SRAM Eagle Powertrain na nova GASGAS ECC

Para a ECC, a GASGAS conta com o novo SRAM Eagle Powertrain com uma transmissão integrada e função AutoShift. A função Auto Shift selecciona a mudança de acordo com um algoritmo e muda automaticamente, embora seja apenas adequada para touring, uma vez que a mudança automática atinge o seu limite em trilhos exigentes. Com a função Coast Shift, também é possível efetuar mudanças sem pedalar. Para isso, o motor faz girar a coroa para que o desviador possa mudar as mudanças. Não é possível fazer mudanças quando se está parado, porque o motor só pode girar a coroa enquanto a roda traseira e, portanto, a cassete também estão a girar. O motor SRAM Eagle Powertrain será familiar para muitos dos nossos leitores, uma vez que é baseado no comprovado Brose Drive S Mag, tal como o motor Specialized 2.2. Tem especificações semelhantes, é capaz de produzir 90 Nm de binário e oferece uma potência máxima de 680 watts. Pelas suas proporções, é possível perceber que o motor está um pouco ultrapassado. A área à volta do suporte inferior é um pouco mais volumosa do que em algumas bicicletas eléctricas mais modernas, mas adequa-se ao aspeto robusto da GASGAS ECC. Recomendamos que consulte a nossa análise detalhada do SRAM Eagle Powertrain para ver em profundidade o seu desempenho nos trilhos e as outras características que o sistema tem para oferecer.

Na GASGAS ECC, o motor SRAM Eagle Powertrain é alimentado por uma bateria de 630 Wh, que pode ser retirada através da parte inferior do tubo inferior. Isto permite-te carregar a bateria dentro de casa, se não tiveres acesso a uma tomada eléctrica no local onde estacionas a bicicleta. A tampa da bateria é fixada com pinos e facilmente removível, embora seja necessária uma chave Allen para soltar a bateria. Se optar por deixar a bateria na bicicleta para recarregar, terá de lidar com a complicada tampa da porta de carregamento. Felizmente, é facilmente acessível por cima do suporte inferior, e a água ou a sujidade não devem ter hipótese de se acumular na tampa. A unidade de transmissão é controlada através do ecrã SRAM AXS Bridge, que se encontra no tubo superior. O ecrã a cores fornece apenas a informação mais necessária, como os modos de suporte e de mudança seleccionados e a percentagem atual do nível da bateria. O sistema não vem com um controlo remoto dedicado, mas pode ser controlado através dos Pods SRAM AXS existentes, o que mantém o cockpit limpo e agradável. Os botões dos Pods são atribuídos a duas funções cada. Por exemplo, pode usar o botão superior do Pod direito para mudar para uma mudança mais fácil, premindo-o brevemente, ou premi-lo durante muito tempo para ativar a função Auto Shift. As funções são livremente configuráveis através da aplicação SRAM AXS.

As variantes da nova GASGAS ECC

A GASGAS está disponível em três variantes, a ECC 4, a ECC 5 e a ECC 6, todas elas equipadas com o sistema SRAM Eagle Powertrain.

Abaixo da GASGAS ECC 6 está a ECC 5, que pode ser adquirida por € 8.999. Também conta com a suspensão DVO e, em termos de mudanças, está equipada com o grupo GX Transmission, um pouco mais acessível. A GASGAS opta por não usar o conta-gotas RockShox Reverb AXS sem fio e especifica um modelo mecânico interno. Este requer o seu próprio cabo e controlo remoto, o que provavelmente reduzirá o aspeto limpo e a ergonomia do cockpit. Os travões SRAM G2 de quatro pistões são combinados com rotores de 200 mm à frente e atrás, e as rodas de alumínio Mach1 TRUCKY 30 estão equipadas com um pneu MAXXIS ASSEGAI à frente e um DHR II atrás.

A GASGAS ECC 4 é o modelo de entrada de gama e está disponível por 7.999 euros. A maior diferença da ECC 4 em relação aos modelos mais caros é que ela vem com um grupo mecânico SRAM GX Eagle de 12 velocidades. Em contraste com a ECC 5 e a ECC 6, portanto, você terá que se contentar com as funções Auto Shift e Coast Shift. Além disso, a alavanca de mudanças e a corrente são provenientes do grupo económico SX, cortando nos cantos onde não é imediatamente evidente para o olho destreinado. De acordo com a nossa experiência, a corrente SX tem uma vida útil muito mais curta, pelo que terás de fazer um orçamento para uma substituição numa fase inicial, especialmente se estiveres a planear correr. Para além do cabo da transmissão mecânica GX, tens um cabo e um comando para o espigão conta-gotas mecânico GasGas Pro. Isto resulta num cockpit com um aspeto mais desordenado em comparação com os modelos com integração total do AXS. Os travões SRAM DB8 de quatro pistões são emparelhados com rotores de 200 mm. O DB8 é o travão de entrada de gama da SRAM e - o que não é típico da SRAM - utiliza óleo mineral em vez de fluido DOT.

A geometria da nova GASGAS ECC

A GASGAS ECC está disponível nos tamanhos S/M, M/L, L/XL. No tamanho M/L, o reach mede 475 mm e está associado a um tubo de selim de 440 mm. O comprimento do chainstay é de 461 mm no tamanho mais pequeno e aumenta 4 mm com cada tamanho acima.

A nossa conclusão sobre a nova GASGAS ECC

A GASGAS está a abrir novos caminhos com a ECC, apresentando a sua primeira eMTB focada na corrida. Apresenta uma linguagem de design nova e moderna, combinada com um aspeto robusto que se adequa à herança de motocross da marca. Da nossa experiência com a função Auto Shift do motor SRAM Eagle Powertrain, as mudanças automáticas não satisfazem as nossas exigências de uma bicicleta de corrida. No entanto, estamos ansiosos por pôr a GASGAS ECC à prova assim que conseguirmos pôr as mãos numa.

Para mais informações, visita gasgas.com

Fonte: e-bikes4you.com