[Originais] Pedais magnéticos, será que vale a pena?

Num vasto mercado de pedais, surgem muitas dúvidas no tipo mais adequado. Neste artigo vou partilhar a minha experiência com pedais magnéticos.

[Originais] Pedais magnéticos, será que vale a pena?

Os pedais que usamos nas nossas bicicletas são uma escolha muito pessoal. As duas principais categorias são, desde há muito, pedais plataforma e pedais de encaixe, existindo ainda uma combinação de ambos, que são os pedais plataforma com encaixe. A variedade de que dispomos é imensa, diferentes modelos de vários fabricantes com as mais variadas características, o que não facilita em nada a escolha do que mais nos convém.

Há quem prefira andar com os pés presos ao pedal, quem não se sinta confortável com isso e goste de uma maior facilidade de movimento e ainda aqueles que, como eu, gostariam de ter uma opção ali pelo meio, que, de certa forma, combinasse ambos. É nesta ultima perspectiva que podemos optar pelos pedais magnéticos. A ideia não é nova, já outros tentaram, mas nos últimos anos tem ganho alguns adeptos, principalmente com o aparecimento dos Austríacos da Magped.

De uma forma geral, podemos apontar as principais vantagens e inconvenientes de cada uma destas 3 opções:

Encaixe (com ou sem plataforma)

  • Maior eficiência da pedalada (o pé que sobe ajuda participa activamente no esforço do movimento)
  • Menor probabilidade de o pé sair do pedal em terrenos acidentados saltos.
  • Facilita a colocação da traseira da bicicleta.
  • Encaixar e desencaixar implica um movimento de pé mais técnico e assim menos natural
  • Exige alguma manutenção, verificação de ajustes e apertos.

Plataforma

  • Maior facilidade em colocar / retirar o pé.
  • Mais baratos que os de encaixe ou magnéticos
  • Menor eficiência da pedalada
  • Praticamente sem manutenção
  • Opção mais barata.

Magnéticos

  • Maior eficiência de pedalada comparando com os de plataforma
  • Mais fácil de encaixar / desencaixar que os de encaixe
  • Mais caros que os de plataforma e mesmo de uma boa parte dos de encaixe
  • Pouca manutenção, verificação de ajustes e apertos

Sempre tive algum receio de andar clipado por temer não conseguir desclipar numa situação de maior urgência. Usava pedais de plataforma, com o pé “solto”, mas não me sentia totalmente confortável, o pé saia do pedal com alguma frequência em terrenos mais acidentados, com consequências nefastas para as minhas canelas. Assim, há cerca de três anos, resolvi experimentar os pedais magnéticos e foi um caminho sem retorno. Sinto mais confiança, não tenho o receio de não conseguir desclipar e melhorei a eficiência da pedalada. É certo que os pés não vão tão presos como se estivesse clipado e sim, já perdi o contacto com o pedal uma ou outra vez, muito raro, mas aconteceu. Quando aconteceu, foi mais por culpa minha do que do pedal, com a pressa não posicionei bem o pé ou em condições de lama a sola suja não permitiu o correto contacto entre o íman e a placa no sapato.

Uso os pedais de enduro da Magped, com íman em ambas as faces (existe com apenas um íman numa das faces), o que faz não ter de me preocupar se a face correcta do pedal está na posição de prender, nem olho, é só por o pé e ouvir o clic metálico entre íman e placa. No meu caso uso íman com 200 Newtons (também existe com 150N) o que significa ter de fazer uma força de cerca de 20kg para soltar o pé. Não requer sapatos específicos, podes usar com sapatos normais preparados para colocar cleats, no lugar destes colocas a placa metálica que fará o contacto com o íman. Ter em atenção que uma sola muito irregular pode não funcionar tão bem, uma sola mais lisa, mais macia e com pouco relevo será mais apropriado.

Conclusão:

Os pedais magnéticos são uma opção bastante válida para quem tem receio de andar clipado mas também não quer andar com o pé completamente solto.

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